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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

'Apertaram minha garganta', diz ativista detida por seguranças no Rio

As ativistas Sara Winter e Anna Steel, detidas durante um protesto nesta quinta-feira (22), no Hotel Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio, prestaram depoimento na 12ª DP (Copacabana) e alegaram terem sido agredidas pelos seguranças do hotel. Elas foram encaminhadas ao Instituto Médico-Legal (IML) quinta para a realização de exame de corpo de delito.

“Foi uma reação muito violenta da parte deles. Acho que não precisava ser daquele jeito, com aquela força. Eles machucaram a Sara no braço, apertaram a minha garganta. Foi desnecessário o que fizeram com a gente. Eram sete seguranças e duas meninas. Teve um que tentou pisar no meu estômago. Tamparam minha boca e colocaram toalhas na nossa cabeça, impedindo a gente de respirar. Isso tudo dentro do hotel”, disse Anna Steel.

Sara, que mostrou as marcas vermelhas no corpo, afirmou que em nenhum momento elas tentaram reagir. “O segurança me deu um golpe de krav magá (técnica israelense de defesa pessoal), tentou apertar ao máximo o meu peito para tentar me imobilizar. A gente entende que tanta violência não é condizente com um protesto pacífico. A gente não tentou reagir. A gente tentou resistir, mas não devolver os golpes”, afirmou Sara.

Em nota, o hotel diz que foi surpreendido com as duas jovens “seminuas” que escalaram uma estrutura metálica. “Elas causaram diversos incômodos e acabaram por tumultuar a operação habitual do hotel, inclusive com a quebra de bens de nossa propriedade e agredindo nossa equipe de colaboradores, verbal e fisicamente. Por tais fatos, foram convidadas a se retirar do hotel, recusando-se e gritando palavras ininteligíveis", diz o texto.
Sara mostra marcas no pescoço que, segundo ela, foram consequência da ação dos seguranças do hotel Copacabana Palace, na Zona Sul do Rio (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
Segundo elas, a motivação do protesto no hotel em Copacabana foi uma pesquisa que realizaram durante duas noites, em que conversaram com 30 profissionais do sexo. Destas, 24 garotas de programa afirmaram que a maioria dos seus clientes se hospedam no Copacabana Palace.

“De acordo com elas, os turistas sexuais preferem garotas de 14 a 19 anos. Claro que o Femen, como movimento que luta tanto contra a exploração quanto o turismo sexuais, se sentiu na obrigação de se manifestar”, explicou Sara, ativista do grupo Femen Brazil junto com Anna.

As duas mulheres responderão pelos crimes de violação de domicílio e dano ao patrimônio particular.
Se condenadas, podem pegar até dois anos de prisão. Contudo, as ativistas afirmam que as xícaras e o vaso quebrados durane o protesto foram consequência da ação dos seguranças.
Sara é arrastada pela calçada em frente ao Copacabana Palace, ao ser levada para a delegacia (Foto: Cristiane Cardoso/G1)
“O que aconteceu é que, como eles foram muito violentos, pegaram a gente no colo. Por isso, alguns objetos se quebraram. Mas não foi nossa intenção fazer qualquer tipo de vandalismo. Se algo foi danificado, foi por consequencia deles”, explicou Sara.
 
Segundo as jovens, esta foi a primeira vez em que houve protesto no Rio. Porém, elas planejam instalar a sede oficial do Femen na cidade, em 2013. “Começamos a estudar, e descobrimos que o Rio está sempre entre no top 3 dos destinos de turismo sexual. A gente precisa se manifestar para conter esse mal”, concluiu.
 
O delegado titular da 12°DP, Marcio Dubugras, infomou que, se for constatado abuso de força dos seguranças do Copacabana Palace, eles responderão pelo crime de lesão corporal. Segundo o delegado, imagens já foram solicitadas ao hotel.
Sara e Anna, ativistas do grupo Femen Brazil, durante a 17ª Parada do Orgulho LGBT em Copacabana, no último domingo (18) (Foto: Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Agência O Globo)
Parada Gay Anna e Sara já haviam feito um pequeno protesto durante a 17ª Parada do Orgulho LGBT, popularmente conhecida como Parada Gay, realizada na orla de Copacabana, no último domingo (18). Também com os cospos pintados, as jovens desfilaram em um dos trios elétricos que percorreram a Avenida Atlântica durante o desfile.

1 comentários:

Apanharam pouco..mereciam um tiro na testa.

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