Oscar Niemeyer se tornou uma referência da arquitetura contemporânea, unindo beleza e harmonia em suas obras.
“Eu lembro quando era menino que eu desenhava com o dedo no ar e minha mãe perguntava ‘o que você está fazendo?’. Eu dizia ‘tô desenhando’... Minha arquitetura é assim. Arquitetura é feita com a preocupação da beleza ser uma coisa bonita, ser lógica e, principalmente, ser inventiva”. Esse olhar para a profissão acompanhou o arquiteto por toda a vida.
A carreira de Niemeyer começou no escritório de Lúcio Costa, onde ele trabalhou de graça enquanto ainda era estudante. Foi discípulo do arquiteto francês Le Curbusier, que conheceu quando o mestre visitou o Rio de Janeiro para fazer o projeto da sede do Ministério da Educação. O talento do jovem impressionou o professor.
Um Brasil mais urbano e moderno começava a surgir nos traços de Oscar Niemeyer. Em 1940, ele conheceu o prefeito de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, de quem ficou amigo. Essa parceria resultou no projeto do Conjunto da Pampulha, na capital mineira.
Da parceria com Lúcio Costa, Niemeyer chegou à construção da capital do país, Brasília. “Quando eu chego perto de Brasília parece um milagre, porque fazer uma cidade em quatro anos não é fácil”, disse.
No meio do cerrado foram erguidos os palácios da Alvorada e do Planalto, a Praça dos Três Poderes, o Supremo Tribunal Federal e os ministérios da Justiça e das Relações Exteriores, além da Catedral de Brasília.
Niemeyer expandiu suas conquistas e espalhou obras por quase todos os continentes, mas suas principais criações estão no Brasil e somam cerca de 600.
Oscar Niemeyer era um apaixonado pelas curvas da natureza. O recorte das montanhas, dos rios e das ondas do mar e o desenho dos seios e quadris das mulheres. Foi com as curvas que ele inovou e mudou o rumo da arquitetura moderna, adepta dos traços retos. O Museu de Arte Contemporânea de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, por exemplo, parece um disco voador, parece flutuar sobre a baía de Guanabara.
O arquiteto esperou 28 anos para ver a obra do sambódromo do Rio de Janeiro pronta, com a ampliação das arquibancadas para os dois lados da avenida. Ele já estava com 104 anos, mas fez questão de participar da inauguração do projeto original e foi o primeiro a desfilar na nova passarela do samba.
Niemeyer fez do ofício uma arte. “Os mais inteligentes se queixam do mundo. Acham que o mundo é cheio de... tem prazeres, tem alegrias, mas a finalidade, a razão de a gente estar aqui é muito precária. Mas ninguém quer ir embora", afirmou.
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