Falta de luz após chuva é 'inaceitável', diz procurador-geral de Justiça do RS

A falta de informações das concessionárias responsáveis pelo fornecimento de energia elétrica no Rio Grande do Sul aos clientes que tiveram o serviço interrompido devido ao temporal da madrugada desta terça (11) será o primeiro passo do inquérito instaurado pelo Ministério Público para apurar o caso. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o procurador-geral de Justiça do estado, Eduardo de Lima Veiga, explicou nesta quinta-feira (13) como será feita a investigação e classificou como “inaceitável” a interrupção do abastecimento, que em alguns casos chega a ser de mais de dois dias, devido a questões climáticas.

“Essas tempestades acontecem todos os anos. Esta causou um estrago maior, mas isso é perfeitamente previsível. Com as formas de previsão de tempo que temos hoje, que são bastante apuradas, atribuir a uma tempestade ou a problemas de tempo a inexecução do serviço é inaceitável”, disse o procurador.

No início da manhã desta quinta-feira (13), mais de dois dias após o temporal, ainda havia 34,6 mil clientes sem energia elétrica, 23,6 mil da CEEE e 11 mil da AES Sul. Momentos após a chuva, o número superou 645 mil, e cerca de 530 mil eram clientes da CEEE. O município com maior número de registros foi Porto Alegre.

Moradores de Porto Alegre realizaram protestos e bloquearam pelo menos seis vias da capital gaúcha nesta quarta, segundo a Brigada Militar. Eles reclamam não apenas da demora no restabelecimento do serviço, mas também da falta de informações por parte das concessionárias.

“É o primeiríssimo de todos os direitos do consumidor ter informações adequadas para poder se antever, se preparar e tomar decisões. Este é o primeiro objetivo do inquérito, entender por que essas informações não chegaram. Em um segundo momento, entendendo tudo o que aconteceu, será analisada exatamente a falha na prestação do serviço”, disse o procurador.

A CEEE divulgou um comunicado informando que todo o efetivo da empresa foi mobilizado após o temporal e 90% das ocorrências foram resolvidas nas primeiras 24 horas. Em situações de contingência, diz a concessionária, o fornecimento de uma previsão de retorno do serviço varia conforme critérios como a prioridade às ocorrências com risco de vida, serviços essenciais e número de clientes atingidos.

A empresa afirma também que trabalha para incrementar o fornecimento de energia. “O investimento realizado em 2012 é mais que o dobro da média dos últimos anos: foram mais de R$ 209 milhões. Além disso, até 2014, a CEEE Distribuição irá investir mais de R$ 600 milhões em sua rede”, diz a nota.

Confira os contatos para reclamar da falta de luz
CEEE: 0800 721 23 33
AES Sul: 0800 707 7272
RGE: 0800 970 0900
Aneel: 167 (atende de segunda a sexta-feira das 8h00 às 20h00)
Procon: Consumidores devem fazer uma reclamação fundamentada pelo site do Procon.

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