O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, se reuniu com moradores do Conjunto de Favelas da Maré na manhã desta quinta-feira (3) e ouviu reclamações sobre abuso de policiais durante a ocupação. Em resposta, ele disse que a abordagem agressiva pode acontecer às vezes mas que "não é regra" e prometeu instalar corregedorias para avaliar a conduta de policiais nos locais onde há UPPs.
A Maré, segundo ele, também será um dos locais contemplados. As corregedorias, segundo as informações divulgadas pelo secretário, devem ser instaladas em vans, onde os moradores vão poder fazer suas queixas formais. As corregedorias passam a funcionar na próxima semana.
"Isto aqui [ocupação da Maré] não foi feito por causa da Linha Vermelha, Linha Amarela, Galeão e Copa do Mundo. Foi feito para que seja um legado. A Copa do Mundo vai embora e vocês vão ficar. Nossas equipes [de Segurança] vão embora e a Maré vai ficar aqui", disse Beltrame.
Medo ainda faz parte da rotina da Maré Apesar da ocupação policial do Conjunto de Favelas da Maré no domingo (30) e do patrulhamento ostensivo, moradores da região que não quiseram se identificar ainda se sentem reféns da violência, como mostrou o RJTV desta quarta-feira (2). As comunidades, que devem contar com a entrada das Forças Armadas já no sábado (5), teriam sido invadidas por criminosos do Caju com a saída de traficantes da Maré após a operação do último final de semana. A Polícia Militar não confirma a informação e, ainda na quarta, Beltrame negou a informação.
"Na Maré, não temos informação de traficantes estarem migrando pra lá. Pelo contrário, temos notícias de onde alguns possam estar e eles estão, sim, fugindo de lá”.
Uma mulher disse que a filha chegou em casa assustada após ser abordada por criminosos à luz do dia. Eles estariam armados de pistolas e usavam capacetes. Em um vídeo que teria sido feito na terça (1), as imagens mostram homens armados circulando no local.
As denúncias se espalharam também pelas redes sociais. Em um dos recados, o usuário escreve que o "Complexo da Maré está sendo invadido por bandidos, [eles] estão causando terror, roubando e espancando quem eles veem na rua". Outra mensagem, por meio de um bilhete, reitera que a comunidade teria sido invadida por criminosos do Caju e uma pessoa teria sido morta a facadas na Vila do João. Os bandidos teriam ainda pichado a fachada de uma escola com a sigla de uma facção criminosa.
A Polícia Civil informou que não há registro, em nenhuma delegacia, da morte a facadas. O Disque-Denúncia afirmou ter recebido, de janeiro a março, 166 denúncias sobre a Maré. Nos dois primeiros dias após a ocupação policial, foram 45.
Forças Armadas ficam na Maré até julho
De acordo com o Ministério da Defesa, as Forças Armadas foram autorizadas a entrar no Complexo a partir do primeiro minuto do próximo sábado. Militares da Marinha e da Aeronáutica vão permanecer nas 15 comunidades da Maré até o dia 31 de julho. Os militares poderão fazer vistorias e prender suspeitos em flagrante.
G1





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