Na Uaps do bairro, o movimento começa horas antes do horário do atendimento. A dona de casa Custódia Vieira disse que é muito difícil marcar consulta. “A nossa grande dificuldade é a marcação. Temos que madrugar e ainda assim nem sempre conseguimos”, falou. O frentista Domício da Silveira também reclamou do mesmo problema. “Hoje tive que chegar às 4h da madrugada para conseguir marcar para a minha esposa. Se não madrugar aqui, não consegue nada”, afirmou.
Atualmente, dois médicos fazem o atendimento na unidade de saúde a uma população estimada de 8.790 mil moradores de seis bairros. Segundo a dona de casa Célia Maria Vieira, o número de profissionais é considerado insuficiente pelos usuários. “E nem sempre estão os dois aqui. Hoje, por exemplo, a outra médica não veio”, reclamou.
Além da demora para marcar consultas, os moradores dizem que enfrentam dificuldade para conseguir atendimento de urgência e emergência.
Após o fim desse tipo de atendimento no Hospital João Penido, o mais próximo na região, a população quer saber para onde será encaminhada. O funcionário público Itamar Valério disse que outros hospitais são longe. “Fica muito difícil para as pessoas daqui se deslocarem para a Upa Norte e para o HPS”, falou.
Para a auxiliar de serviços gerais, Tatiane de Sá, também há dificuldade de receber atendimento em outros locais. “As outras unidades são longe, é muito deslocamento. Eu tenho que gastar com táxi o dinheiro que eu não tenho e deixar o filho com outras pessoas. Além disso, a ambulância não chega para socorrer. É muito difícil a situação que estamos vivendo neste bairro”, contou.
Na entrada da unidade, há o aviso de que a ala destinada aos pacientes que precisam de atendimento imediato está em reforma. A previsão é que as obras terminem em 50 dias. Segundo a direção do hospital, a porta de urgência e emergência foi fechada por determinação da Secretaria Municipal de Saúde. Nesta sexta-feira (9), uma reunião deve decidir se o João Penido volta a integrar a Rede.
A Secretaria de Saúde informou que, com a suspensão dos serviços do hospital, os pacientes que precisarem de atendimento de urgência e emergência devem ir ao HPS ou às Upas Norte, São Pedro e Santa Luzia. Sobre a ausência de uma das médicas na Uaps do Bairro Grama, a informação é de que a profissional pediu demissão no início desta semana sem cumprir o aviso prévio. A Prefeitura disse ainda, que a situação deve ser resolvida até o final da próxima semana com a efetivação de um profissional do programa “Mais Médicos” na unidade.
G1
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