LeBron não veio. Curry não veio. Kobe? Não veio. Westbrook não veio. Chris Paul não veio. James Harden? Desculpa, não veio. Tudo bem. Porque a julgar pela estreia da seleção americana de basquete na Olimpíada do Rio, a China também não veio. Quer dizer, até veio, mas levou logo uma traulitada no primeiro dia de competição na Arena Carioca 1. Ficou claro que Kevin Durant... bem, esse aí veio. Chegou a perder o tênis numa disputa de rebote (dá uma olhada aí no vídeo acima), mas veio. Com 25 pontos, o ala e seus 12 amiguinhos invocados foram mais do que o suficiente para cumprir o que já estava escrito: um passeio tranquilo dos Estados Unidos na noite de sábado, tipo treino: 119 a 62.
Para quem está com preguiça de fazer conta, foram 57 pontos de diferença. Mais que os 49 e os 50 dos dois amistosos que os países disputaram antes da Olimpíada. Além de ser o cestinha, Durant carimbou seis assistências e quatro rebotes para liderar seu país. O pivô DeMarcus Cousins sambou no garrafão com 17 pontos, enquanto o ala Paul George fez 15, e Kyrie Irving chegou a 12. No lado chinês, Yi Jianlian, com experiência de NBA, copiou Durant e também marcou 25 pontos. A seleção asiática até teve seus momentos, no embalo da torcida brasileira, mas a verdade é que não deu nem para a saída.
Os americanos voltam à quadra na segunda-feira, às 19h, contra a Venezuela, pelo grupo B. No mesmo dia, às 22h30, a China encara a França. No grupo A, o Brasil estreia contra a Lituânia neste domingo, às 14h15. Falando em horários, eram exatamente 18h39 quando Durant & Cia. pisaram oficialmente no solo olímpico carioca pela primeira vez. Kyle Lowry puxou a fila para o aquecimento, mas a Arena ainda não tinha nem metade da ocupação. Quando a bola subiu, ainda havia muitos lugares vazios, mas o público era bom na noite de sábado.
Com um elenco em que pouco importa quem são os titulares, os EUA foram à quadra com Irving, Thompson, Durant, Carmelo e Cousins. Primeiro toque na bola? Cousins, no tapinha inicial. Primeiro arremesso? Thompson, no melhor estilo Golden State, chutando de três no contra-ataque – e errando, como fez muitas vezes na final da NBA contra o Cleveland. Só que os primeiros pontos, olha aí, foram da China, com Ding Yaniyuhang convertendo dois lances livres. O problema é que, numa hora dessas, o basquete não te deixa enfiar três volantes e ficar fechadinho esperando o tempo passar. Piscou o olho, os americanos já venciam por 14 a 3.
Kevin Durant, autor da primeira cesta dos EUA, chamou o negócio para ele no primeiro quarto. Fez oito pontos e foi para o banco bater palma no raro lance livre certeiro de DeAndre Jordan – o segundo, né, porque no primeiro ele praticamente jogou um tijolo na direção do aro. A marcação em cima da bola era sufocante, e muitas vezes os armadores chineses não conseguiam nem fazer o passe. Resultado: o jogo de transição ficou fácil, e o período inicial caminhou como previsto: 30 a 20 no placar.
DeMar DeRozan voltou animado para o segundo período, com ponte aérea e enterrada no repertório. Mas a China estava meio abusadinha, com Zhao dando passe sem olhar no contra-ataque, numa cesta de Li que fez a torcida brasileira gritar na arquibancada. A diferença ficou ali casa dos vinte e poucos, com direito a um duelo bacana entre Durant e Jianlian, cada um pontuando de um lado. Carmelo deu uma risadinha quando um gaiato na arquibancada gritou “Let’s go, Knicks”. Durant riu mais ainda quando perdeu o tênis numa disputa de rebote. E a galera começou a se divertir com a ola e gritos primeiro de “USA, USA”, mas depois no ritmo do “Olê olê olê olá, Chinááá, Chinááá”. O jogo? Ah, o jogo foi para o intervalo com 59 a 30 para os EUA.
Como já estava tudo decidido, os times nem voltaram para o segundo tempo e foram descansar. Mentira, voltaram sim. Mas foi só para cumprir o protocolo com mais 20 minutos de basquete e festa na arquibancada, nem sempre relacionada ao que acontecia na quadra. A torcida tinha vida própria, com sua ola, batendo pés no chão ou soltando um “Eu acredito” – não se sabe se foi para a China ou para o lance livre que DeAndre Jordan cobrava na hora. Ele errou, claro.
O terceiro quarto terminou com vantagem de 91 a 47 para os craques da NBA, e os 10 minutos finais não tiveram grandes palpitações. Àquela altura, todo mundo parecia pensar em ir embora. Todo mundo em quadra, porque torcida continuava curtindo o primeiro dia de competições no Parque Olímpico como se não houvesse amanhã. Teve até um coro debochado de "Vamos virar, China" quando Jianlian fez duas cestas seguidas. Mas era só deboche. Mesmo sem LeBron, mesmo sem Curry, não houve surpresa na noite de sábado. Houve passeio.
Globo Esportte






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