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sábado, 6 de agosto de 2016

Sejam bem-vindas, medalhas! Felipe Wu é prata no tiro esportivo!

Os olhos denunciam: ele não tem cara de brasileiro. Não é Silva – é Wu. Não calça chuteiras – porta pistolas. E está na história como o responsável por conquistar a primeira medalha do Brasil em uma Olimpíada em casa. Felipe Wu, paulista de 24 anos, explodiu justamente no ano olímpico para conquistar a prata na pistola de ar 10m e ser o primeiro brasileiro a ir ao pódio nos Jogos do Rio. O ouro ficou com Xuan Vinh Hoang, do Vietnã, no último tiro. O bronze foi para Pei Wong, da China.

Será uma tentação dizer que Felipe Wu saiu do nada para alcançar a façanha olímpica - de fato, era um desconhecido até este ano. Mas ele não saiu do nada: saiu da garagem de casa. Treinava onde ficava a churrasqueira – porque preferia tiro a churrasco. Posicionava-se onde deveria haver um carro – porque preferia tiro a automóvel. Foi moldado na obstinação. Foi esculpido na insistência: sem patrocinador, sem mídia, sem assédio. Atirava porque atirar lhe fazia bem. Atirava porque algo lhe dizia para atirar – porque vai que um dia, de repente, vá saber, você seja medalhista olímpico.

E sequer atirava na distância certa. Eram só oito metros até a parede – ele tentava adaptar-se, imaginar que ali tinham dois metros a mais. E assim foi tocando: cada vez mais treinos, uma Olimpíada chegando, a faculdade de engenharia espacial trancada para poder treinar mais e mais e mais, a presença frequente em Mundiais, os títulos de duas etapas, a liderança do ranking mundial.

Wu virou notícia: o atirador com cara de chinês, jeito de chinês, sangue de chinês... na terra do futebol. Seria dele a primeira medalha olímpica do Brasil nos Jogos do Rio? Do cara que só tem uma arma para treinar? Já no primeiro dia da Olimpíada? Seria possível?

Seria. Com o apoio de algumas dezenas de pessoas presentes no estande de Deodoro, vestindo sua jaqueta verde que é bem mais brasileira que chinesa (e que combina um bocado com prata!), diante dos olhos da namorada, a também atiradora Rosane Budag, ele deu ao Brasil a primeira medalha do país na Olimpíada do Rio. Fez o que precursores fizeram tanto tempo atrás, lá em 1920, quando o Brasil ganhou com o tiro esportivo suas primeiras medalhas na história da Olimpíada.

Globo Esporte

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