Bastou o primeiro dia de competições nos Jogos Olímpicos do Rio 2016 na esgrima para que o Brasil fizesse história. Não, não teve medalha neste sábado para o país na Arena Carioca 3. Faltou pouco. Mas Nathalie Moellhausen chegou às quartas de final na espada feminina e alcançou o melhor resultado da história do país. Se o sobrenome soar estranho, realmente a esgrimista de 30 anos não nasceu no país, mas sim em Milão, na Itália. Filha de mãe brasileira, Nathalie adotou o país e deixou de competir pela Itália para atender a um pedido da avó materna. Pelo que viu a torcida brasileira fazer ao torcer por ela, certamente teve a certeza de ter tomado a decisão certa. Antes de Nathalie, Renzo Agresta tinha o melhor resultado do país após chegar às oitavas no sabre em Atenas e Pequim.
- Satisfeita não (estou), o trabalho que fiz era para chegar a uma medalha, mas ao mesmo tempo sei que dei tudo e que faltou pouquinho. Mas esse pouquinho vai ser suficiente para voltar para casa e fazer mais. Faz só dois anos que estou representando o Brasil, sei que ninguém me conhece, sei que isso demora um tempo. Fiz 15 anos de carreira pela Itália e deu tempo para que os italianos me conhecessem. Representar o Brasil por dois anos é muito pouco, quero fazer muito mais por esse país. Tenho 30 anos, mas não é uma questão de idade, é uma questão de idade e motivação, e isso ainda é muito grande (...). Lembrei da minha avó em muitos momentos hoje, sei que ela está feliz - afirmou Nathalie após a eliminação.
Nathalie, que mora em Paris, perdeu justamente para uma francesa nas quartas de final. Diante de Lauren Rembi, ela foi derrotada por 15 a 12 após os três períodos. No primeiro, a ítalo-brasileira número 24 do mundo, chegou a terminar na frente com 2 a 1, mas o seguinte pesou na disputa. A rival, número 43 do ranking, foi para cima e virou para 7 a 3. A 20 segundos do fim do jogo, Nathalie pontuou e estava a um toque de empatar em 11 a 11, mas Lauren reagiu e fechou em 15 a 12.
- É difícil dizer nesse momento (o que faltou), é preciso ter a cabeça um pouco mais fria porque realmente senti que até o final dei tudo. Sempre acredito até o último toque. Quando faltam cinco segundos às vezes consigo reagir. O que faltou talvez tenha sido um pouco de lucidez e talvez ter um pouco mais de tempo entre um período e outro - avaliou.
A esgrimista ítalo-brasileira também se mostrou entusiasmada com o apoio da torcida brasileira na arena. Namorada de um argentino, ela contou com uma torcida de arquibancada de estádio de futebol.
- Foi como futebol, foi incrível, não sabia desse potencial dos brasileiros. Sabia um pouco porque meu noivo é argentino, e digamos que o sul-americano é um povo que se expressa muito. Quando ele olha futebol pode imaginar a bagunça que fica em casa, mas não sabia que os brasileiros podiam se apaixonar tanto pela esgrima.
Antes de cair nas quartas de final, Nathalie venceu seu primeiro jogo por 15 a 12 diante da americana Kelley Hurley. Ela entrou direto no quadro 32 por conta do seu ranking. Nas oitavas, Nathalie repetiu o placar contra a francesa Marie-Florence Candassamy.
A espada feminina brasileira ainda fez mais história. Rayssa Costa, número 62 do ranking, entrou na pista no quadro 64 e venceu seu primeiro jogo, algo inédito para as mulheres do país na modalidade.
Ela bateu a suíça Tiffany Geroudet por 15 a 13, com uma virada no placar já no terceiro período, quando chegou a 14 a 13 e fechou o duelo diante da 59ª.
No quadro 32, a brasileira sentiu um pouco mais a nervosismo e foi derrotada pela tunisiana Sarra Besbes, segundo melhor do mundo na espada. Rayssa não conseguiu liderar em momento algo o duelo, e perdeu por 15 a 8.
O Brasil ainda contou com uma terceira brasileira na pista, Amanda Simeão, 68ª do mundo. Em sua estreia nos Jogos Olímpicos, a curitibana de 22 anos perdeu por 15 a 6 para a francesa Marie-Florence Candassamy, que acabou derrotada mais tarde por Nathalie Moellhausen.






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